segunda-feira, 6 de abril de 2015

Bokurano

Há muitos motivos para vivermos. Temos muitas preocupações no dia a dia, como o estudo, trabalho, família, contas, responsabilidades. Todos nós queremos nos resolver financeiramente e pretendemos ter tranquilidade nos dias que temos de vida.


Existe uma linha muito tênue entre a vida e a morte. Hoje estamos aqui, mas não sabemos se amanhã acordaremos. Essa constante rotina cria inúmeros desafios, um deles de não ver a vida na real perspectiva, mas sim como uma monotonia, mais do mesmo. Embora saibamos de nossas tarefas, como podemos usufruir melhor do tempo que temos

É certo que todos nós um dia morreremos. Mas talvez a maior agonia seja saber que vai morrer lentamente, sem chances de sair da cadeia devorada que está a sua frente. A temática de Bokurano é essa. Melancólica, fria, triste. Todos nós iremos cedo ou tarde, mas será de maneira única, é uma barreira que ninguém poderá ter ajuda. Teremos que cruzá-la sozinhos.
A história
Um grupo de quinze pessoas, sendo catorze adolescentes e uma criança estão em uma excursão numa ilha, quando encontram uma caverna e decidem explorá-la. Lá dentro encontram uma tecnologia misteriosa e de súbito aparece um homem estranho de nome Kokopelli e os convida a participarem de um jogo que será muito divertido. Para isso basta que eles ponham suas mãos num aparelho e confirmem sua identidade. Como não acham isso ruim, todos concordam menos uma pessoa. Pouco tempo depois, todos estavam dormindo e acordam no meio da praia, se perguntando se aquilo havia sido real ou não.


O que não sabiam é que a partir dali suas vidas estariam em risco e que esse jogo na verdade nada mais era do que um jogo em que todos os participantes iriam morrer, cedo ou tarde. A essência constitui em controlar um robô gigante, onde é feito um sorteio, e aquele premiado terá a liberdade de usar seus talentos para isso. E é esse que vai morrer. Não tem como transferir essa responsabilidade para outro.
Eles devem lutar contra outros robôs, que são controlados talvez por alienígenas ou não. O certo é que esses combates causam pavor à população e o governo, juntamente com o exercito, busca saber a origem dessa loucura toda e como parar e principalmente em como ajudar os participantes.

Mas o que se vê a partir de então é um roteiro depressivo e até mesmo cansativo. Como uma roleta russa, todos que estão ali SABEM que vão morrer e também o telespectador entende a rotina que começa a ter em cada episódio. O que pega é saber QUEM será o próximo.  O que vai desenrolando é o fato de cada personagem ter sua história contada, até seu último ato, suas tristezas, seus desafios e como cada um encara a morte e principalmente, o que deixa para trás.
O robô é chamado de Z Earth e carrega consigo a energia vital do piloto escolhido. Vejam, o que é estranho não é ver a morte, mas a morte de um adolescente que fica totalmente imponente. A temática não é ruim, longe disso. Mas como eu disse acima, o roteiro fica cansativo, não há reviravoltas, os personagens não se desenvolvem, pois ficam presos nessa rotina que o escolhido vai morrer e já era. Quando o personagem que vai morrer é escolhido, a ênfase do episódio é toda nele, mas antes disso quase não há menção a ele e nem depois. Que ele parteAchei que um dos maiores erros de Bokurano foi justamente que a pessoa que morre fica totalmente esquecida pelos demais e que quando estamos pelo menos nos acostumando ao personagem ele morre. Não tem como se apegar a ninguém, o que me deixou bem frustrado.
Por exemplo, as lutas dos robôs são bem fracas, vazias e monótonas. Todo o esforço das autoridades não chega a valer nos dando a entender que eles não estão muito aí com o sacrifício e dor que os adolescentes estejam passando. Talvez isso mostre bem a nossa realidade atual no mundo.

Algo que me agradou muito no anime foi sua trilha sonora, de tom apocalítico e sério, interpretado por Chiaki Ishikawa. Retrata muito bem o clima que está sendo vivido, todos os dramas, a solidão, o medo, a batalha.

Podemos classificar por fim Bakurano como um anime normal, onde é preciso muita paciência e disposição para ver até o fim, pois o fator monotonia é constante. Se você gostar de aventura, ação, tramas arramadas e bem desenvolvidas, sugiro que não assista essa obra, não terá nada a acrescentar. Mas faça o teste e veja por si mesmo.
Abraços!

Nenhum comentário:

Postar um comentário