quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Música nos Tokus – Evolução ou Revolução ou Regressão?

Fala cambada, mais um texto do Rodrigo Paula, dessa vez, falando de um tema que eu gosto muito e extremamente importante, as musicas de tokus(Ah vá, sério?). A materia ta muito foda e acho que vão curtir muito. Mas chega de papo, hora do texto, curtam ai cambada.


“Bonito é... cantar pra tanta gente... e a música, a música me faz contente...”

Mas, até que essa música da Angélica tem alguma coisa a ver com a matéria: a música. A tão aclamada e saudável música. Não podemos negar que a música tem o dom de causar um certo impacto na vida das pessoas que gostam de apreciar uma boa obra, seja aquele que toca ou canta ou aquele que só ouve. Algumas músicas tem o dom de sobreviver por séculos, como aconteceu com a exuberante Fur Elise, de Bethoveen. Outras são facilmente descartáveis, como aconteceu com a famigerada Camaro Amarelo, dos também famigerados Munhoz & Mariano, onde a gente NEM lembra que eles existem ( :P ). 

A música acompanha os humanos desde os primórdios do mesmo. Segundo a Bíblia, os antigos povos pré-diluvianos já possuíam o prazer de tocar, cantar e escutar uma boa música. Povos antigos como egípcios, gregos, fenícios, persas, babilônicos já usavam a música para diversas ocasiões, como na adoração e lazer. Lógico que, no decorrer dos milênios, a música tem atingido um bom grau de evolução (ou regressão, dependendo do ponto de vista... :p ). Com a chegada da invenção do rádio no início do século XX, a propagação das canções pelo mundo todo ficou mais fácil. E para ajudar na divulgação de canções que podiam rodar o mundo, na década de 40 foi inventado o famoso Long Play (LP), onde os artistas podiam gravar álbuns e vender, graças a divulgação nas rádios. Bem na década de 70, para ajudar na propagação da boa música, surgem também as fitas cassete (K7), que fez com que o custo de divulgação da boa música fosse mais fácil. Ainda na década de 70, bem no final de 1979, o CD é inventado. Mais uma forma de armazenar dados de áudio foi lançada. No Brasil, os CDs chegaram no ano de 1983. Falando de nível Brasil, os LPs foram lançados até o ano de 1997, os K7s até 1998 e os CDs perduram até os dias de hoje. Mas devido a famosa e perigosa ferramenta chamada INTERNET, o acesso a divulgação e posse das músicas, e conhecendo novas canções de diversas partes do mundo, tudo isso ficou mais fácil. Os LPs, CDs e K7s estão praticamente extintos, visto que o povo prefere “baixar” as músicas e a facilidade ficou maior. Mas, muitos artistas ainda lançam seus respectivos álbuns em CDs até os dias de hoje e, para a nossa surpresa, alguns artistas gravam em LP e K7 também, deixando colecionadores mais afoitos.

Agora, e a QUALIDADE da música? Bem, como já falei em outra ocasião, não podemos negar que a qualidade estética das músicas do passado são superiores as da atualidade, não querendo dizer que SÓ músicas do passado são boas. Hoje em dia, a qualidade das músicas se resume a objetos midiáticos, com estética duvidosa e falta de poesia. Principalmente nas músicas de cunho comercial, hoje se exalta o culto ao corpo e a sexualidade, onde o artista canta suas intimidades como casal nas suas letras, muitas vezes de forma vulgar. Músicas com certa qualidade comedida são facilmente descartáveis, visto que a grande massa se preocupa com situação a exaltação da vulgarização. 

A grande parte das situações apresentadas aqui é de músicas que são destaque no Ocidente. E como ficaria no Oriente? Mas, precisamente do nosso país que cria nossas amadas séries tokus: o Japão. Bem, no Japão, a música tem um certo valor cultural, onde, em alguns casos, algumas canções são declaradas tesouro nacional, como a folclórica Sakura Sakura (!). Os japoneses dão muito valor a música e são considerados um dos povos com maior empenho de musicalidade. Eles levam isso tão a sério que existem programas que fazem competição de Karaokês (que, aliás, é uma invenção japonesa) a nível nacional. Antigamente, a música no Japão só era usada nos teatros kabuki, nou e bunraku. Com o processo de ocidentalização do país que começou na era Meiji, ficou mais forte ainda com a derrota do país em 1945 nas mãos dos estadunidenses. Por causa disso, os japoneses adaptaram traços da cultura estadunidense dentro da sua cultura. Querem um exemplo? Já repararam que, de cada 10 canções japonesas, 11 tem que ter pelo menos UMA palavra em inglês? :p As vezes, a música pode estar TODA em japonês. Mas o título está em inglês (um exemplo é a canção Over..., do K, que é toda em japonês, mas o título é em inglês). Um outro exemplo é que a música do estilo Enka. Quem conhece esse estilo de música, vão me dizer que não repararam a influência do jazz estadunidense nesse tipo música? Aliás, no Japão, a música Enka é chamada de “nihon no jaazu” por causa dessa influência. À medida que as décadas avançavam, mais influência a música japonesa recebia da música estadunidense. E isso se via na mídia japonesa, através de suas animações, filmes e... tokus. 

Agora que nós vamos falar da parte que eu gosto. O papel da música nas nossas amadas séries. Nos anos 60 e 70, a música dos tokus tinha forte tendência de apelo infantil. Corais infantis eram presenças constantes nas aberturas das séries e entre outros temas das mesmas. Os seriados tokus passaram a valorizar as suas canções. Algumas deixaram a sua marca. Já na década de 80, as músicas dos tokus já receberam 100% de influência de música ocidental. Os arranjos a base de baixo e guitarra eram constantes. Os corais infantis foram substituídos por grandes vozes, como Akira Kushida e Hironobu Kageyama. E aí sim, as nossas toku-songs ficaram mais marcantes. Mais empolgantes. E essa euforia das tokus-songs da década de 80 acompanhou as décadas presentes. Lógico que, como não estamos acostumados com canções de seriados atuais, é normal ficarmos meio cabreiros com essas canções. Mesmo com a emoção das nossas canções favoritas das séries que nos marcaram na nossa tenra juventude, não podemos negar que existem sim, MUITAS canções atuais com forte apelo dramático. Duvida? Se vocês procurarem com calma, vão achar. Experimentem, por exemplo, a MARAVILHOSA canção Someday Somewhere da série Kamen Rider Blade. A forte carga dramática da mesma é muito bem representada numa letra carregada de drama numa melodia que exalta a melancolia. Mas, se não preferem uma música assim, temos também a famosa Hikaru Kaze, de Jiraya, que tem uma letra que fala de amizade e que transmite coisas boas para a nossa vida. Às vezes, uma cena fica marcada graças aquela música que tanto tocou nas nossas amadas séries. Não é verdade? No duelo final de Daileon VS Satan Goss, a música Nefuu Juspion deixou a cena mais empolgante, que deixou marcas na nossa memória, dando mais dramaticidade ao duelo final do Gigante Guerreiro e o Rei do Império dos Monstros. Ali vimos um exemplo de um casamento perfeito entre uma boa cena e uma boa música. Houve alguns casos de atores das séries cantarem e dançarem alguns temas de suas respectivas séries. Vemos isso em Kamen Rider Black, Flashman, Goseiger, Dekaranger, Sailor Moon e Kamen Rider Blade (esses são SÓ alguns exemplos de MUITAS séries que possuem integrantes do elenco que cantam e dançam alguns temas de suas respectivas séries). Isso funciona como uma forma da Toei divulgarem os atores e atrizes e suas respectivas séries, ajudando a vender ainda mais os álbuns da trilha sonora da série em si. Isso não acontece só com tokus. Geralmente, dubladores de animes e games também cantam temas de seus respectivos trabalhos. Afinal, os empresários precisam ganhar dinheiro com tudo. Como já falei em outras ocasiões, tokus e QUALQUER produção japonesa que nós, reles brasileiros, curtimos NÃO são obras de arte. São máquinas de “pachinko” (caça-níqueis). E detalhe: são “pachinkos” para o público JAPONÊS. O que eles puderem fazer para arrecadar dinheiro do povo de lá, eles vão fazer. Lógico que com as canções originais não vão ser diferentes. Uma coisa que devemos entender é que, as músicas que embalaram a juventude dos anos 40 com certeza não embalaram as músicas da juventude dos anos 70 e as músicas da juventude dos anos 70 não embalou a juventude dos anos 2000 (salvo algumas exceções... :p ). Ou seja, não esperemos “exigir” (quemo somos nós para exigir alguma coisa, né?? XDD) que os compositores façam canções com arranjos antigos para agradar a nossos exigentes ouvidos. Isso seria ilógico. Como já falei em outra matéria, nunca coloquem um CD de Elvis Presley junto com um do Justin Bieber numa mesa para uma adolescente de 14 anos dos anos 2010 como opção de escolha que essa adolescente vai preferir o Bieber. Sabem por quê? Porque ela prefere o modernismo. O som para agitar e dançar. Coisa que numa música do Elvis Presley ela não vai encontrar, segundo o conceito dela. Com canções de tokus é a mesma coisa. Quantas pessoas já falaram: “Ah, nenhuma música dos tokus atuais vão chegar aos pés dos tokus do meu tempo!”? Sim! Muitas pessoas dizem isso. Uma coisa eu lhes digo: esse tipo de comentário é comum e NÃO é censurável. Afinal, a música é algo que mexe e que toca em nossos corações. E querer trocar uma canção que te marcou por uma que está conhecendo agora é algo complicado. Eu vou lhes dar um exemplo. A apresentadora Angélica marcou a MINHA infância. Tenho todos os discos dela em CD, LP e K7 originais de época. Eu lhes pergunto: quais os álbuns dela que eu mais ouço? HAHAHAHAHAHAHA... Claro que são os 8 primeiros dela (os álbuns de 1988 até 1995, que foi quando eu tinha 8 até 15 anos, onde a apresentadora ficou na Manchete e SBT e tinha programas infanto-juvenis). Eu tenho os álbuns dela na sua carreira da Globo. Mas eu RARAMENTE os escuto. Sabem por quê? Porque ela na Globo, eu já era adulto. Não curtia ela com tanto afinco como a curtia na Manchete e no SBT. Afinal, de 1996 até 2001 (ano em que ela lançou seu último álbum) eu já não tinha tempo para TV (estudava e trabalhava). Eu só tive esses álbuns porque eu era fã e queria ter tudo dela, lançado até o momento. Mas, para sentar, escutar e curtir, só escuto os 8 primeiros. Com tokus é a mesma coisa. Claro que eu vou buscar, conhecer e curtir canções de tokus que não passaram no Brasil, sejam pré e pós-Manchete. Mas sentar para escutar e curtir mesmo, claro que eu vou dar primazia para as canções das séries que passaram no Brasil (principalmente Lion Man Laranja e Patrine que, em MINHA opinião, possuem as MELHORES canções dos tokus exibidos aqui no Brasil....). Mas, tem MUITOS tokus que não passaram no Brasil com canções maravilhosas. Recomendo claramente Kamen Rider Blade e Shinkenger. Mas, preparem-se. Essas canções estão em JAPONÊS (óbvio.. as séries são feitas lá. O que era de se esperar? .... dããããã). Mas, e os tokus que foram exibidos aqui? Como proceder?

Talvez na época, nós, reles mortais brasileiros, não nos importávamos tanto assim com as canções em português. Afinal, nós moramos no Brasil, e não no Japão. É claro que, para a nossa geração cantar os heróis, tínhamos que escutar canções em nosso idioma. Aí, usasse uma estratégia de Marketing dos empresários para venderem LPs, CDs e K7s de nossas amadas séries. Só para salientar, NEM todas as séries tiveram uma trilha sonora adaptada (para a nossa sorte ou para o nosso azar, dependendo do ponto de vista... :P ). Essas são as séries exibidas no Brasil que não tiveram trilha sonora adaptada lançada aqui: Goggle Five, Spectroman, Maskman, Shaider, Metalder, Sharivan, Winpector, Patrine (ainda bem... XD), Solbrain, Gaban, Bicrossers, Machineman, Ryukendo, Ultraman e Kamen Rider Black RX. Agora Jaspion, Changeman, Flashman, Jiraya, Lion Man, Spielvan (que tirou “foto” com Jaspion para a capa do LP... :P ), Jiban, Cybercops e Kamen Rider Black já não tiveram essa sorte. O resultado? Usaram os nossos heróis para promoverem artistas infantis que não tinha NADA a ver com a série (vide a guria Winnie, que até hoje não entendo a presença dela no LP dos Changeman, sendo que NEM o tal “planeta” Star é mencionado na série... :P ) para promover canções que também NÃO tinham NADA a ver com a série. Não podemos negar que alguns álbuns tiveram um bom trabalho, pois simplesmente fizeram versões de canções originais das séries com uma letra que retrata a essência do original. Vide Flashman e Jaspion, que tiveram o trabalho de “traduzirem” os temas das séries (inclusive, no LP dos Flashman, aparece os nomes das canções originais do lado das canções adaptadas). Já Changeman, Jiban e, principalmente, Kamen Rider Black, foram os álbuns mais famigerados lançados aqui, com canções que não possuem NADA A VER com suas séries (que diabos “a Beatriz beijou o nariz e se sujou com um giz” tem a ver com Kamen Rider Black, como mostra uma das “canções” do LP?). Não posso falar nada dos LPs de Lion Man, Spielvan e Cybercops, pois não conheço os temas lançados aqui (ainda bem ou infelizmente??). Mas, como lhes falei, tudo é marketing. Fizeram de tudo para arrecadarem dinheiro dos nossos pais para venderem e nós termos algo de nossos heróis. Admito, eu tenho os LPs de alguns seriados. Só curto mesmo o dos Flashman, por ainda manterem a essência do seriado. Mas os outros... hmmmph... passam batido na minha vitrola. E eu me importo? Claro que não! XD (se bem que, o do Jiraya, tem duas canções originais em Japonês que vale a pena. Mas, como o Takumi Tsutsui assinou o meu LP, não vou escutar mais. Vou botar numa moldura e colocar no meu quarto. :v ).

Uma coisa que eu lamento, que não foram lançadas no Brasil, mas que, no Japão, são lançados juntos com os álbuns de canções originais, os álbuns das Back Ground Music (as músicas de fundo, ou as BGMs). Isso é uma tradição no Japão. Afinal, as músicas instrumentais dão vida para algumas cenas. Um exemplo de música de fundo que mexeu comigo numa cena de um toku foi aquela da cena de Go correndo atrás da pomba no episódio em que ele conhece a motoqueira Yuki da Estrela-Cadente. A música (Yuuki no Requiem) deixou a cena mais melancólica e tocou profundamente nos meus sentimentos. Apesar de ser uma ótima música de fundo (Yuuki no Requiem), os tokus exibidos aqui no Brasil com as BGMs que possuem uma certa combinação com a série em si e seus respectivos temas foram Lion Man e Patrine. Em cada cena, nós temos a sensação de estarmos ali, presenciando a cena em si. E, como já falei, isso dá vida as séries. Um bom compositor faz o telespectador entrar na série em si só com uma boa música. 

Bem... encerro aqui essa matéria. Vamos lá... revelem suas canções favoritas, seus temas, suas bgms, as músicas que te marcaram, as músicas que vocês conheceram e gostariam de divulgar para seus amigos. Então... viajem no som e viva a música! 

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