Ao ter meu primeiro contato com um Tokusatsu, no caso,
Spectraman, começou uma paixão sem limites com as aventuras dos heróis
japoneses, que vai além de qualquer compreensão. Tornei-me um fã das mais
variadas séries, de todas as épocas e estilos. Não tenho aqui o intuito de
endeusar ou criticar qualquer uma delas, apenas dar minha visão sobre aquelas
que passaram aqui no Brasil naquele grande “boom” do final dos anos 80, começo
dos 90. Gostaria de falar de cinco séries que mais me passaram emoção e que tem
um lugar especial nas minhas memórias. Talvez já conhecemos essas séries demais
e meu intuito não é o de apontar quais
são as melhores, nem sequer forçar como uma lista definitiva, mas de saber que
no meio de tanto material que veio para nós, algumas para mim se destacaram
mais que outras. Façam suas listas, estejam à vontade! Vamos começar!
Jaspion
Jaspion é praticamente unanimidade quando se fala em preferência
de tokusatsus que passaram no Brasil. Conheço pouca gente que não
aprecia, ou
que não tenha visto a série completa. Jaspion foi o motivo de me fazer
voltar
correndo da escola quase todos os dias quando estava na primeira série e
esperar com grande ansiedade que suas aventuras começassem. Difícil não
se
emocionar com a música de abertura, a introdução do gigantesco monstro
com
chifres soltando fogo pela boca e a chamada da série. Jaspion, a meu
ver é uma série cheia de
qualidades, superiores aos Metal Heroes anteriores ( a trilogia dos
policiais
do Espaço com Gaban, Sharivan e Shaider. Falaremos sobre cada um dele
mais para
frente) como por exemplo, as boas lutas, transformações, os inimigos que
eram
muito bem elaborados, como o temível Macgaren e o seu pai Satan Goss que
“ tem
o poder de enfurecer os seres e transformar em monstros incontroláveis”
e as bruxas galáticas Kilza e sua irmã Kilmaza. Provavelmente a
melhor luta do nosso guerreiro
tenha sido contra Zampa, o andróide responsável pela morte de seus pais,
trazendo muita comoção. Creio que o grande ponto evolutivo de Jaspion,
além dos
citados, tenha sido a aparição do Gigante Guerreiro Daileon, a grande
nave que
transportava Jaspion e Anri, sua ajudante. Tente não se emocionar e
cantar,
mesmo que errado, o tema do robozão! Por meio de Jaspion, começou uma
febre sem
precedentes, incluindo circos, chicletes, revistas em quadrinhos,
máscaras,
bonecos, chaveiros, enfim, qualquer coisa que se podia comerciar com o
seu nome,
sem contar a altíssima audiência, surpreendente para a época. Jaspion é
um ícone,
sinônimo de herói nipônico. Junto com ele, vieram muitas outras séries,
sendo
ele responsável direto por esse fenômeno toku aqui no Brasil.
Jiraya, o incrível ninja
Ah, aqui está um herói da família dos Metal Heroes que tem
sua essência diferente dos anteriores, pois Jiraya não possuía poderes, mas
contava com o treinamento milenar ninja e um carisma fora do comum para
enfrentar Dokusai e a família dos feiticeiros, além dos inúmeros inimigos que
apareciam para desafiá-lo, sendo um deles Kannin Dragon, o ninja que pratica a
arte de luta do bêbado , num dos mais sensacionais episódios da série. Kannin
Dragon SIMPLESMENTE estraçalha Toha, porém, ele consegue dar a volta por cima,
com o lindíssimo upgrade que recebe em sua armadura que incluem: as ombreiras, viseiras,
o protetor do pescoço, as joelheiras, as proteções no antebraço e a pistola
Olimpic Laser. Jiraya literalmente cresce como herói, rendendo boas tramas.
Quando digo em carisma da série, falo de Takumi Tatsui, possivelmente a
simpatia em pessoa, vindo em diversos eventos aqui no Brasil, tirando fotos com
fãs e distribuindo sorrisos. Provavelmente em novembro desse ano estará de
volta. Mais uma oportunidade para ver de perto essa lenda.
Metalder
Metalder foi feito com o intuito de conquistar um público
mais velho, com uma trama muito mais elaborada e madura que as feitas
anteriormente, pelo menos na franquia dos Metal Heroes, o que de fato me agrada
muito. A série em si tem um clima muito melancólico
e depressivo, onde temos a história de uma arma fantástica para ser usada na
Segunda Guerra Mundial, no caso um andróide construído pelo Dr Koga. Porém com
o fim da guerra e com a rendição japonesa, essa arma ficou abandonada, até que
em dias atuais o Doutor Koga o ressuscita com o intuito de deter a terrível
ameaça do Imperador Neroz. Antes de ser morto pelos homens de Neroz, Dr Koga
aciona Metalder, que fora criado com a aparência e memórias de seu falecido
filho, Hideki. Logo de cara, na sua primeira batalha, Metalder
vê o doutor morto; estando confuso e ainda não totalmente consciente de suas
habilidades, quase morre. Ao conseguir fugir, começa uma batalha de adaptação
com o mundo ao seu redor além de perguntas e questionamentos sobre sua real
personalidade, enquanto vai enfrentando as ameaças de Neroz. O roteiro da série
é cheio de reviravoltas e momentos tensos, onde Metalder realmente sofre muito
para enfrentar e vencer seus inimigos. Metalder tem um dos finais mais tristes
e tensos num tokusatsu, te levando a possíveis lágrimas. Assisti novamente a
série há pouco tempo e posso dizer que se trata de uma verdadeira obra de arte,
com ótima trilha sonora, além de ser uma bela homenagem ao visual de Kikaider.
Uma pena que foi completamente desfigurado em VR Troopers, numa das mais
picaretas adaptações já feitas pela querida Saban. Esqueça tudo isso e assista
Metalder e se surpreenda.
Cybercops, os policiais do Futuro
Uma série muito boa, porém, assim como tantas outras, nunca
teve seu final exibido aqui no Brasil. Cybercops teve uma produção precária,
mas estava cheia de histórias marcantes e personagens fortes e bem
interpretados, além de boa ação. Creio que com um melhor trabalho e
desenvolvimento tecnológico, Cybercops teria sido bem melhor do que foi.
Facilmente é uma das melhores séries que passaram no Brasil e uma das melhores
feitas nos anos 80 e seria realmente sensacional um remake nos dias atuais.
Kamen Rider Black
Kamen Rider Black é uma série fantástica, que veio após um
breve hiato de aproximadamente seis anos na franquia. O clima sombrio, com
roteiro forte, mostra a luta de Kotaro Minami ( Issamu Minami aqui no Brasil)
contra os Gorgons e a luta desesperada para recuperar seu irmão, que agora
havia se tornado Shadow Moon. Kamen Rider Black é sinônimo de discussão entre
os fãs de Tokusatsu ondemuitos consideram Black como o melhor Rider já feito,
não levando em conta as séries que passaram antes nem sequer as muitas que
passaram depois dele. O fato dessa eterna discussão causa-me certo desconforto
e por diversas vezes já me isolei de grupos de tokusatsu, justamente para fugir
desse clima hostil. Mas acima de tudo, como fã da franquia de Kamen Rider, vejo
em Black coisas muito boas. Primeiramente, foi impactante para mim, quando
criança, ver sua forma de lutar, sua força e agilidade, e a coragem de Issamu,
mesmo sem estar transformado. Acho sensacional e incrível todo o seu esforço
para vencer seus desafios e proteger aqueles que são importantes para ele,
mesmo que lhe custe grande sacrifício ou mesmo a vida. Issamu passa a imagem de
ser o herói o tempo todo. Tetsuo Kurata não é um ator tão talentoso como outros
que vemos, mas é carismático e passou muito isso em seu personagem, chegando a
cantar até o tema de abertura. Tenho Black como um dos meus Riders favoritos e
admito que além dele, existem muitos outros tão bons e melhores que ele. Ser um
fã da série e ter saudade ou sentir nostalgia não é errado, muito pelo
contrário. O que é errado é permanecer em ignorância e procurar em todas as
séries o que só Black tinha o que não é aceitável, visto que cada série é
única. Mesmo com todas as guerras de fãs, Black é muito bom, vale muito à pena
assistir.
E para você, consegue fazer seu top cinco das melhores
séries que passaram aqui no Brasil?
Abraços!
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