“No topo do mundo, ou
nas profundezas do desespero.” – Goethe
Começo esse texto com um famoso verso do poeta alemão Goethe
para poder dissecar essa fascinante obra. De autoria de Gen Urobuchi (roteirista
de Madoka, Aldnoah Zero, Psycho Pass, Fate Zero, Kamen Rider Gaim), Blassreiter
teve seu anime produzido pelos estúdios Gonzo, contando com 24 episódios, sendo
exibido de abril a setembro de 2008. Aqui, os efeitos em CG são
impressionantes, dando impacto nos momentos de batalha, com uma visão bastante
realista a cada movimento e expressão. Gonzo aqui fez um excelente trabalho e
eu não tenho queixas quanto à animação que foi elaborada, muito pelo contrário.
Aliada a essa boa parte técnica, temos uma história envolvente e que foi
sumamente bem escrita, evoluindo constantemente.
Gostaria de separar essa análise em dois pontos. Vamos à
primeira:
No topo do mundo: A premissa do anime é ótima. A
história se passa numa Alemanha fictícia e gira em torno de criaturas
biomecânicas denominadas “Demoniacs”, que surgem de cadáveres e atacam a população.
Esses monstros possuem uma curiosa habilidade que é de se incorporarem a
grandes tecnologias e fundirem seus corpos a qualquer objeto, como carros,
motos, armas, fazendo com que sua força aumente consideravelmente. Para
combater essa ameaça uma empresa conhecida como XAT, possui uma equipe
altamente capacitada no estudo e combate aos monstros. Com essa pesquisa, eles
querem chegar ao x da questão: qual é a origem dos Demoniacs?
Temos aqui algumas coisas que são incríveis, como por
exemplo, a cura de pessoas com doenças terminais e acidentadas, que se
recuperam através de uma espécie de droga. Mas qual é o preço de usar isso?
Nas profundezas do desespero: Logo no primeiro episódio temos o
título “Prelúdio para o desespero”. As reações dos personagens frente aos seus
desafios são diversas, mas duas delas estão sempre presentes: desespero
e sofrimento. Com o decorrer da série, muitos se transformam em
monstros, usando seus poderes tanto para o bem quanto para o mal. O ápice é se
tornar acima de todos, o Blassreiter. Mas em cada história revelada com cada
personagem abordado, muita dor e agonia aparecem.
Temos no inicio a história de Gerd Frentzen, um campeão de
automobilismo que sofre um grave acidente ficando paraplégico. Através de uma droga que lhe foi oferecida,
ele miraculosamente é curado, porém, o preço dessa cura é alto demais.
Gerd vira um monstro, espantado platéias que o assistem lutando contra a XAT.
Magoado e ferido, Gerd entra em estado de paranóia, atacando qualquer um a sua
volta.
Nesse meio tempo, aparece o misterioso Joseph Jobson, um
solitário motoqueiro que é um Demoniac conhecido como Blue. Joseph tem uma expressão amistosa e possui um
extraordinário senso de autocontrole. Tem um passado trágico e sofrido, onde
vamos aprender o preço que teve que pagar para chegar a ser o homem que é hoje.
Se formos comparar, eu diria que JB parece e muito com
Kenzaki Kazuma, o Kamen Rider Blade, não apenas fisicamente, mas em suas
atitudes e heroísmo. A meu ver, Joseph possui uma das maiores habilidades que
uma pessoa possa ter: ele tem um coração. Não um coração
normal que bate, mas ele sente, se importa, se arrisca para proteger as pessoas
e dá tudo de si para proteger.
Com o passar do tempo vamos encontrando diversos
personagens, que estão em momentos de grande tensão psicológica. A XAT se
revela totalmente vulnerável em relação à ameaça e começa a se desintegrar
mediante a força dos inimigos. Grandes soldados são sacrificados ou mesmo se
transformam no mais cruel dos monstros.
Ao aprofundar na trama, Urubochi escancara o lado mais sujo
do ser humano, como a busca do poder e glória enlouquecem as pessoas e o que
elas são dispostas a fazer para conseguir isso. Traição, mentira, loucura, egoísmo
vão arrastando muitos para a escuridão. Em suas obras, Urubochi costuma ser
conhecido por não ter piedade de seus personagens e matá-los, não sem antes os
expor a alta tensão e tirar o máximo deles. De fato, ele não cria personagens
rasos, muito pelo contrário. Cada um faz muito bem seu papel na trama e tem
função crucial. Por se passar, por exemplo, numa Alemanha ficcional, algumas
coisas fortes como superioridade de raça e desigualdade social são expostas,
nos lembrando temas ligados ao nazismo.
Considerações finais
Ao assistir Blassreiter, eu sugiro que você leitor, se
prepare para uma trama que surpreende a cada episódio. Se por acaso for fã da
franquia Kamen Rider, vai notar muitas referências ali. Desde motos, transformações, trama, diálogos, lutas, até
mesmo o clima sério e frio. Em outras palavras, Blassreiter é sim um anime de
Rider e muito do que vimos nele está em Kamen Rider Gaim, mais até que Madoka,
pelo menos na minha visão.
Mesmo sendo um anime curto, Blassreiter não deve nada as
grandes tramas. Fique atento em cada detalhe, pois com certeza irá te levar a outro
nível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário