Páginas

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Blassreiter




“No topo do mundo, ou nas profundezas do desespero.” – Goethe

Começo esse texto com um famoso verso do poeta alemão Goethe para poder dissecar essa fascinante obra. De autoria de Gen Urobuchi (roteirista de Madoka, Aldnoah Zero, Psycho Pass, Fate Zero, Kamen Rider Gaim), Blassreiter teve seu anime produzido pelos estúdios Gonzo, contando com 24 episódios, sendo exibido de abril a setembro de 2008. Aqui, os efeitos em CG são impressionantes, dando impacto nos momentos de batalha, com uma visão bastante realista a cada movimento e expressão. Gonzo aqui fez um excelente trabalho e eu não tenho queixas quanto à animação que foi elaborada, muito pelo contrário. Aliada a essa boa parte técnica, temos uma história envolvente e que foi sumamente bem escrita, evoluindo constantemente.

Gostaria de separar essa análise em dois pontos. Vamos à primeira:
 


No topo do mundo: A premissa do anime é ótima. A história se passa numa Alemanha fictícia e gira em torno de criaturas biomecânicas denominadas “Demoniacs”, que surgem de cadáveres e atacam a população. Esses monstros possuem uma curiosa habilidade que é de se incorporarem a grandes tecnologias e fundirem seus corpos a qualquer objeto, como carros, motos, armas, fazendo com que sua força aumente consideravelmente. Para combater essa ameaça uma empresa conhecida como XAT, possui uma equipe altamente capacitada no estudo e combate aos monstros. Com essa pesquisa, eles querem chegar ao x da questão: qual é a origem dos Demoniacs?
Temos aqui algumas coisas que são incríveis, como por exemplo, a cura de pessoas com doenças terminais e acidentadas, que se recuperam através de uma espécie de droga. Mas qual é o preço de usar isso?


Nas profundezas do desespero: Logo no primeiro episódio temos o título “Prelúdio para o desespero”. As reações dos personagens frente aos seus desafios são diversas, mas duas delas estão sempre presentes: desespero e sofrimento. Com o decorrer da série, muitos se transformam em monstros, usando seus poderes tanto para o bem quanto para o mal. O ápice é se tornar acima de todos, o Blassreiter. Mas em cada história revelada com cada personagem abordado, muita dor e agonia aparecem. 
 


Temos no inicio a história de Gerd Frentzen, um campeão de automobilismo que sofre um grave acidente ficando paraplégico.  Através de uma droga que lhe foi oferecida, ele miraculosamente é curado, porém, o preço dessa cura é alto demais. Gerd vira um monstro, espantado platéias que o assistem lutando contra a XAT. Magoado e ferido, Gerd entra em estado de paranóia, atacando qualquer um a sua volta.
Nesse meio tempo, aparece o misterioso Joseph Jobson, um solitário motoqueiro que é um Demoniac conhecido como Blue.  Joseph tem uma expressão amistosa e possui um extraordinário senso de autocontrole. Tem um passado trágico e sofrido, onde vamos aprender o preço que teve que pagar para chegar a ser o homem que é hoje.


Se formos comparar, eu diria que JB parece e muito com Kenzaki Kazuma, o Kamen Rider Blade, não apenas fisicamente, mas em suas atitudes e heroísmo. A meu ver, Joseph possui uma das maiores habilidades que uma pessoa possa ter: ele tem um coração. Não um coração normal que bate, mas ele sente, se importa, se arrisca para proteger as pessoas e dá tudo de si para proteger.

Com o passar do tempo vamos encontrando diversos personagens, que estão em momentos de grande tensão psicológica. A XAT se revela totalmente vulnerável em relação à ameaça e começa a se desintegrar mediante a força dos inimigos. Grandes soldados são sacrificados ou mesmo se transformam no mais cruel dos monstros.
Ao aprofundar na trama, Urubochi escancara o lado mais sujo do ser humano, como a busca do poder e glória enlouquecem as pessoas e o que elas são dispostas a fazer para conseguir isso. Traição, mentira, loucura, egoísmo vão arrastando muitos para a escuridão. Em suas obras, Urubochi costuma ser conhecido por não ter piedade de seus personagens e matá-los, não sem antes os expor a alta tensão e tirar o máximo deles. De fato, ele não cria personagens rasos, muito pelo contrário. Cada um faz muito bem seu papel na trama e tem função crucial. Por se passar, por exemplo, numa Alemanha ficcional, algumas coisas fortes como superioridade de raça e desigualdade social são expostas, nos lembrando temas ligados ao nazismo.

Considerações finais
Ao assistir Blassreiter, eu sugiro que você leitor, se prepare para uma trama que surpreende a cada episódio. Se por acaso for fã da franquia Kamen Rider, vai notar muitas referências ali. Desde motos,  transformações, trama, diálogos, lutas, até mesmo o clima sério e frio. Em outras palavras, Blassreiter é sim um anime de Rider e muito do que vimos nele está em Kamen Rider Gaim, mais até que Madoka, pelo menos na minha visão.
Mesmo sendo um anime curto, Blassreiter não deve nada as grandes tramas. Fique atento em cada detalhe, pois com certeza irá te levar a outro nível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário