Goseiger - O dever de um anjo é defender a Terra

Demorei um pouco pra escrever sobre Goseiger, justamente porque fiquei analisando a série em muitos aspectos. De fato, a saga dos anjos é espetacular. Engloba coisas mais profundas e fortes do que geralmente podemos imaginar. De qualquer forma, vi Goseiger em um período de tempo bem curto, justamente pelo dinamismo que nos é apresentado.

Goseiger quebra alguns clichês típicos nos Super Sentai. A começar pela originalidade do tema, os Anjos. De acordo com o dicionário a definição sobre anjo é que são seres celestiais enviados a Terra como mensageiros dos céus com a missão de defender ou orientar os homens. Assim como existem os anjos do bem, há também os anjos maus, que infernizam os serem terrestres.

A primeira vez que ouvi falar sobre esse sentai pensei que o tema angelical, muito ligado a questões religiosas viria à pauta, mas não foi isso que nos é mostrado. Goseiger começa nos mostrando uma dimensão na qual a humanidade não tem conhecimento ( Gosei World), onde existem seres chamados Gosei Angels que possuem poderes invocados pelas cartas conhecidas como Gosei Card, sendo  invocados apenas para ajudar os humanos em suas necessidades. Com o passar das eras, os anjos sempre lutaram em nosso favor, mesmo sem sabermos. A Torre para o céu é a passagem que é usada para que os anjos possam vir livremente até aqui. Porém, a Torre é destruída por Dereputa, um dos grandes vilões da Warstar, sem antes entrar em luta contra Gosei Red, o Alata. Impotente diante da força do inimigo, ele e outros quatro anjos que ainda estavam em treinamento (Hyde, Angri, Moune e Eri) prometem defender a Terra com tudo de si.

Enquanto estão aqui na Terra, eles aos poucos vão amadurecendo, mostrando suas distintas personalidades. Eles começam com pouca habilidade para usar seus poderes, mas vão crescendo aos poucos. A verdade é que eu nunca havia visto um grupo de sentai que apanhassem tanto. Os Goseigers são MASSACRADOS por diversas vezes, além de sofrerem muito psicologicamente.  Apanham muito, mas quando aprendem sobre sua missão, se tornam uma equipe dificílima de ser batida, principalmente pela confiança que adquirem. Quando eu digo apanham, tenham na mente que alguns inimigos VARREM o chão com eles.

O legal que vemos é que vemos que os heróis são divididos em tribos: Alata e Eri da tribo do vento, Moune e seu irmão Agri da tribo da terra e Hyde da tribo da água. Aliás, o parceiro de Hyde seria o Gosei Green, mas morreu há um tempo em combate para proteger o amigo. Ele seria o sexto membro da equipe, evidentemente, mas ele só é mostrado nas lembranças de Hyde.

Algo que me causou impacto foi que há uma troca de inimigos, começando pela Warstar, indo para Yuumanju e Matorintis, mas vamos aprender no fim da série que todos esses inimigos são apenas um pano de fundo para um plano maior. Tudo que posso dizer é que a trama foi bem amarrada e até aquilo que parecia um tanto previsível, surpreende. Não tirem os olhos de Buredoran, facilmente um dos melhores vilões dos sentais já feitos e que facilmente seria um dos caras mais cascas grossas numa série de Kamen Rider.

Buredoran (ou deveria dizer outros nomes?) é traiçoeiro, sutil, ardiloso, forte, traidor. Uma típica cobra.

Quanto às personalidades dos heróis vamos a elas... Alata é o típico cara com cara de moça. Tem aparência frágil, quieto, sereno e calmo. Diferente dos reds tradicionais, Alata não é aquele cara mandão, muito pelo contrário. Cresce DEMAIS na reta final, tomando a liderança da equipe num momento dramático. Fica muito forte também, fazendo frente aos desafios que ocorrem. Mostra uma coragem fora do comum frente ao perigo. Junto com Moune e Gosei Knight são meus personagens favoritos.

Moune... A queridinha por muitos que assistiram a série. Ela é linda. Interpretada pela lindíssima Mikiho Niwa, ela é uma guerreira e tanto. Forte, persistente...Cabeça dura em muitos momentos...se ela seria uma Red perfeita? Provável que sim. Difícil saber, pois quando Alata realmente assume a liderança do episódio 35, ela perde um pouco o brilho. Mas ainda sim é mais temperamental dos anjos.

Hyde...bem, este é o cara mais centrado do grupo. Sério. Não sorri. É calculista e não tão simpático, apesar de ser um bom amigo. Parece muito interagido em sua missão, sendo que são poucas as vezes que “relaxa” e se distraí. Mas creio que a morte de seu amigo de tribo contribuiu e muito para essas atitudes mais metódicas.

Angri...bem...o irmão da Moune é o típico Black. Brigão, forte, guerreiro e muito anti social. Mas, não sei ao certo o motivo, Angri pareceu que não cresceu muito. De todos os cinco, eu classifico que tanto ele quanto Eri não acompanharam o crescimento da série e empalideceram no fim.

Eri. Bom, ela é bonita, meiga e doce, a típica rosa. Prestativa e amiga domina bem as técnicas Gosei. Só. Fala algumas frases de efeito, mas para por aí.

Agora, falarei sobre o personagem mais marcante da série para mim: Gosei Knight. Sabem aquela história que muitos dizem que é necessário voltar os Metal Heroes? Pois é. Eu sempre achei que os KR absorveram muitas coisas deles, mas vendo Goseiger, notei que não somente os KR são beneficiados. Gosei Knight é sem sombra de dúvida um Metal Hero.  Eu não diria que ele é parte integrante da equipe logo quando aparece, justamente por ter uma visão sobre a humanidade diferente dos demais. Vejo o mais como um aliado até os episódios finais. A história dele é complexa, visto que ele na verdade é um Headder que evoluiu e acompanhou a evolução do nosso planeta, quando estava hibernado. Chama a atenção que ele não é humano, por isso é tão frio e entra sempre em conflito com os demais anjos. Não é mal, mas tem a visão completamente diferente, até determinado momento. Um personagem interessante, com um visual fantástico com um tema cantado por ninguém menos do que Takayuki Miyauchi, um dos grandes interpretes da música japonesa. Só por isso, Goseiger é digno de assistir.

De todos os sentais que já vi, Goseiger tem uma das mais belas aberturas e temas. Aliás, a música foi uma ferramenta muito poderosa na série, com nomes como Nobuo Yamada (conhecido cantor que em seu cartel tem as músicas de Saint Seiya e também a abertura do excelente Boukenger), além de Psycho Lover. As cenas de ação são impressionantes, numa fotografia belíssima. Aliás os uniformes são muito bem construídos e elaborados, talvez estando entre os três melhores já feitos, sem contar os seus upgrades, que realçaram o visual.

As cenas de ação são muito bem construídas e elaboradas. Para você que gosta de humor, ação, drama e personagens que crescem e evoluem, Goseiger é isso. Eu não consegui entender o motivo pelo qual muita gente fala mal...talvez não compreenderam a história, ou mesmo queriam ver os mesmos argumentos antigos, que não aconteceram. Como eu disse no começo do texto, Goseiger quebrou muitos paradigmas e tirou alguns clichês. Eu gostei bastante do roll call e dos robôs. Ao ver Goseiger, não tente comparar com outros. É ótimo, muito bom e dinâmico. Se todo sentai fosse dessa maneira... Mas tenha em mente que o dever de um anjo é defender a Terra. E  vimos isso em Goseiger: colocar seus interesses de lado e ser altruísta, carregar os fardos um dos outros e ainda mais, não desista a frente das dificuldades. Você não está sozinho e junto com seus amigos, poderá vencer qualquer coisa.

Abraços!